Ficar ilhado pode ser uma boa ideia

Publicado em 24 de junho de 2018
Ilha das Peças (Foto: Nádia Pádua)
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Ilhas despertam um quê de magia. Remetem a famosos filmes de náufragos perdidos – de “Robinson Crusoé” ao eterno “Lagoa Azul”. É também o lugar da velha pergunta clichê “quem você levaria a uma ilha deserta?” como se naquela parte de terra cercada por água, a fuga do mundo real acontecesse. Por sorte, este belo país, onde se plantando tudo dá, é infinitamente privilegiado pela natureza e guarda diversas ilhas repletas de atrativos. Muitas estão longe de ser desertas, mas todas, sem dúvida, têm seus encantos.

Quase toda a população brasileira sonha ou já foi a algumas das mais famosas no mundo inteiro. Fernando de Noronha (PE), Morro de São Paulo (BA) e a própria capital de Santa Catarina, Florianópolis – também chamada merecidamente de “ilha da magia”. Mas o objetivo aqui é apresentar aquelas que não são tão conhecidas, mas estão ali em meio a mares e rios prontas para surpreender e proporcionar novas emoções.

Ilhas do Mel, Superagui e das Peças (PR)

Ilha das Peças (Nádia Pádua)

O Paraná não é um estado reconhecido nacionalmente pelo seu litoral. Porém, basta uma ida a uma das ilhas para essa ideia se desfazer com a chuva que deve chegar. Das três, a Ilha do Mel é a que tem mais estrutura de pousadas, restaurantes e festas, mas mesmo assim guarda muita rusticidade. Tem um estilo mais ou menos parecido com Boipeba, sem carros, com ruas de areia, relativamente pouco estruturada e procurada especialmente por quem deseja curtir a natureza. As águas são límpidas e calmas e o local é ideal para mergulho e trilhas em meio à vegetação da mata atlântica. Tem 90% de sua área protegida como Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade da Unesco.

A de Superagui é mais reservada e tranquila que a Ilha do Mel. Embora tenha pouca estrutura, surpreende pela beleza natural e suas reservas, com praias desertas e manguezais intocados. Tem pousadas e restaurantes que guardam a rusticidade da natureza. É um lugar indicado para pescar, ver golfinhos e o papagaio-de-cara-roxa. Não tem muitas opções de bares e restaurantes.

A mais diferente e encantadora exatamente pelo natural é a Ilha das Peças. Com uma população de 300 habitantes humanos e muitos cachorros, ela tem de fato uma aura diferente desde a luz do céu, que se mistura ao mar em um azul acinzentado que mais parecem efeitos especiais. Conta apenas com duas pousadas/hostels e um camping. Tem um único restaurante, que oferece frutos do mar, além de duas barraquinhas de sorvete e açaí, um pequeno campo de futebol com arquibancadas de troncos de árvores e um trapiche. Existem algumas belas casas no lugar, de pessoas que passam temporadas ou finais de semana. Quer se isolar e ficar realmente a só com a natureza? Não há melhor lugar.

Ilha Grande (SP)

Ilha Grande, SP

 

Como o próprio nome já diz, é uma grande ilha, mas ainda bem preservada e relativamente pouco explorada. Na Vila de Abraão é onde se concentra a maioria dos turistas. Há também outros vilarejos melhores onde é possível se alojar, geralmente, em campings. É um lugar para quem gosta de caminhadas, mergulho e aventura. E atrai um público bem diferente de Ilhabela, mais urbana e com estrutura que parece uma cidade “normal”.

Boipeba (BA)

 

Vizinha da famosa Morro de São Paulo, Boipeba é bem mais tranquila e um ótimo lugar pra relaxar e curtir a natureza. As praias são belíssimas! Também não é permitida a entrada de carros. Os turistas que chegam a Morro de São Paulo costumam ser bombardeados de ofertas por todos lados. “Quer conhecer Boipeba?” certamente é a frase mais escutada por lá. A quantidade de vezes que essa pergunta vai ser repetir pode irritar, mas tudo se acalma ao chegar ao paradisíaco lugar.

Ilha de Marajó (PA)

 

Sabe a famosa pororoca? A onda criada pelo encontro das águas faz o maior sucesso e é possível vê-la na Ilha de Marajó, a maior ilha fluviomarinha do mundo, banhada pelo oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Tocantins. Outras atrações que são bastante vistss são os búfalos, que exercem as funções de transporte, aparição exótico e também comida (sua carne é muito vendida no lugar). Marajó é dividida em 12 municípios com matas, rios, campos, dunas, mangues e igarapés em meio à selva amazônica. Tem grande variedade de peixes e pássaros, muitas atividades em meio à natureza, como pesca e passeios de barco pelos igarapés.